segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Alegria, Tristeza e Alegria

nem todo dia é de alegria. quem diz que é feliz cada instante não sabe o que realmente é estar bem.

nem o bem, que é tão bom, existiria sem o mal. não nos admiraríamos da beleza da lua na medida que fazemos se constância fosse sua virtude. a lua se torna virtuosa ao se ausentar, parcialmente.

não falo dos dias que a vida é cruel e nos apresenta uma criança surrada, marginalizada que nunca teve do mundo algo que não fosse desprezo e indiferença. ainda assim orgulhosa da imensa força que tem. isto é motivo de vergonha pra todos nós que permitimos. não é só tristeza, é outra coisa, muito pior.

uma beleza bela por definição não se sustenta sem um contrapeso que a sustente. felicidade por falta de tristeza é vazio. é conforto, é apatia. ou qualquer coisa que valha.

conhecemos bem algo só depois de conhecermos o que é não-algo. então, benditos os dias de aflição! pois deles advêm os sem pesar.

contexto: fiz hoje no ônibus. quando esse texto estava quase pronto surge uma criança e pega carrona se pendurando na porta do ônibus. esse texto fica pra ele. o maior parágrafo do texto só fiz por conta dele.

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