quarta-feira, 30 de junho de 2010

Vazia

tristeza vem de fora pra dentro. alegria nasce dentro. vai pra fora.
e na falta de motivo pra se ter alegria, não consigo dar ao mundo tudo de bonito que resguardo, que morra sossegado e escondido dentro de mim.
um sorriso, um carinho... se houver pra sentir alegria (mesmo momentânea), por que não?
sozinha, em tão vasto mundo vou. ladeada somente por gente cheia de nada pra oferecer, fico.
sempre sou sozinha, só. e perdida. acompanhada com a minha aconchegante tristeza ou abraçada com alguma volúvel alegria.

contexto: faz um mês conheci uma menina na praia. bonita, esguia, um quê de discreta, outro de chamativa. e um quê piercing no nariz. semana passada pegamos o mesmo ônibus. ela estava com um ar tão triste que me fez escrever a primeira linha. o resto foi depois, no embalo.

Verbo do Viver

Observar. Escolher. Querer.
Olhar. Passear. Falar.
Conhecer. Fazer. Acontecer.
Percorrer. Escorrer. Desfazer.
Andar. Correr. Morrer.
Dormir. Acordar. Refazer.
Chegar. Ver. Colher. Prazer.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Noturna

menina meiga, carinhosa, tu me vens na madrugada. me procura quando durmo, me acorda e diz que o resto que há na vida é nada. tua boca, molhada, ao passear pelo meu corpo diz tanta coisa e isto, sem usar qualquer palavra.

com as pernas incentiva e me abraça. ou sobre mim me prende os pulsos, finges que são rédeas e controla tua andadura ritmada. começa a passo. passeia um pouco a trote, pra ficar acostumada, e se perde no rápido galope, junto comigo, que já não penso em mais nada. me leva pra tão longe, pra fundo me receber e tomar o que tu queres. quando quiser me ter.

mulher sedutora e cruel. desavergonhada, tu olhas e me sorri. faz que quer sem dizer palavra. eu sonho que me acordas, no meio da madrugada. acordo só e imagino, tuas pernas e bocas, sem dizer nada.

quando meu querer acabará, varando até a alvorada?

contexto: tinha acabado de acordar e ligado o computador. escrevi o começo do texto. até 'nada'. fui tomar banho e pensei como poderia completar este pensamento. demorei nesse processo uns 25 minutos.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Despeito

Fui no nosso restaurante preferido e  me veio a porcaria de tua lembrança. Não pelo cardápio ou pelas atendentes nem pelas poucas vezes que comemos lá. É que quando abri a carteira meus dedos lembraram o teu cartão quase completamente carimbado, que esqueceste comigo.

Não sabia se completava a tabela ou se destruia este esquecido rastro da destruição que tua passagem fez na minha vida. Desilusão é a pior coisa que há. Num impulso o entreguei à atendente. Só quando ela me devolveu que li. "Fidelidade". Podia estar escrito: "cartão da lembrança que não morre". Pelo menos seria sincero.

Engraçado que no dia anterior lembrei que estava te esquecendo. Dormindo melhor e até olhando pras mulheres que passam. Você sabe como são as moças com que trabalho. Estou dormindo bem melhor, vale dizer. Vendo mulheres muito melhores que você.

contexto: estava no shopping. de saída. tive que ficar esperando. pra passar o tempo tentei inventar uma estória.  qualquer uma que desse uma crônica. pensei onde estava e a idéia foi surgindo. adoro escrever crônicas. acho muito complicado. difícil. um desafio.
a princípio, o final desta era despretensioso. uma estória simples. um tanto triste. reli o texto depois de o ter transferido do celular (onde a inventei) e te-lô colocado aqui. daí percebi, num estalo, que o fim poderia trazer mais de uma idéia. quem a comprou a receba.

Persistir é Vencer


nós suamos, sangramos e choramos
quando caímos, juntamos todas nossas forças e continuamos
procuramos a perfeição, que se conquista de gota em gota

nossas lágrimas se confundem com o suor
e nossos limites nos forçam a descansar
assim reparamos
que o chão se ensopa com nosso suor
aí enxergamos
tão rápido o vento, seca nossas lágrimas

o sangue mancha nossas roupas
cada gota nos marca, nos prova nossa perseverança

os nossos irmãos nos apoiam
nós somos uma grande família
nossos antepassados nos inspiram
sobre suas pegadas marcamos nosso caminho

esse é pra nós o significado da palavra 'luta'
assim que vivemos nossas vidas

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Ego IV

Eu não preciso ser extravagante pra ser ousado. E me é peculiar como sou extravagante nas coisas sem importância. Por sinal, minha última extravagância foi fazer nada....

Nem sempre eu de fato quero quando busco. Aliás, costumo buscar só pelo que antevejo encontrar pelo caminho. Pela caminhada.

Nem preciso completar pra pensar que fiz. Se em minha cabeça a solução se forma, abandono o problema. Afinal, resolvido ele não me instiga mais qualquer interesse.

Tudo que eu digo vem de mim. Ou eu vivi ou eu mesmo pensei. Ou ouvi de alguém, dá no mesmo pra mim.

Não raro questiono não pela resposta, mas pelo que espero do perguntar. Falo não pra me expressar. Ou me calo.

E digo mais: não vou perder meu tempo me explicando. Vou ali, passe bem.

contexto: algumas idéias soltas que eu tive. não há mais o que explicar. só idéias que anotei no ônibus, no caminho casa-trabalho-casa. fiz esse texto no ônibus, na ida e volta, numa terça cansativa.

Ego III

existe em mim um viço
de saber e querer
gostar, conquistar e ter

no impulso dos meus desejos
me esforço em compreender
e conquistar esse querer

assim todo dia é cheio
cada alegria é completa
toda troca é igual

não me basta devolver o que recebo
sempre há o ímpeto
de me entregar

sangue, suor, desejo, carinho ou lágrimas
devolvo com sangue, suor, carinho e lágrimas
assim me alimento
e logo voltar em mim o desejo de me dar

não aceito ansiedade
afasto qualquer vazio que me abrace
não dói a urgência de procurar, tentar e esperar

me basto por ter esse viço
mas bem que seria bom quem sabe e quer
sou voluntarioso e cheio de bem-querer

contexto: o texto anterior. eu mostrei o anterior a uma amiga e sugeriu que eu fizesse outro. da mesma forma que com o anterior, não me identifico muito com esse texto. o primeiro Ego, mesmo desconexo, me identifico mais. mostra como eu escolho viver.

Ego II

por que existe em mim esse viço?
de que serve saber e querer?
que me adianta esperar e não ter?

fico na angústia do meu desejo
me esforçando em esquecer
e não sofrer esse viver

pois cada dia é oco
cada alegria é vazio
toda troca é desigual

não me basta devolver o que recebo
sempre há o ímpeto
de me entregar

sangue, suor, desejo, carinho ou lágrimas
devolvo com sangue, suor, carinho e lágrimas
daí fico seco
pra logo voltar em mim o desejo de entregar

quero acabar com a ansiedade
preciso afastar o vazio que me preenche
me doi a urgência de procurar, tentar e esperar

preciso de alguém com esse viço
preciso de quem sabe e quer
me faltam amor e o bem-querer

contexto: não me identifico muito com esse texto. muito down demais. de toda forma, ele mostra alguma tristeza que existe.

Ego

Viajo por mil mundos, sempre vestindo a máscara que mais me convém. Nem sempre tento agradar quem quer que seja, mas que tem o meu amor tem tudo de mim.

Não esqueço uma ofensa, nunca esqueço de um favor. Por menor que sejam. Assim como uma pessoa só pode oferecer ao mundo o que dele recebeu, cada um tem de mim o que me deve - no exceptions.

Acredito em tudo que falo, embora não diga tudo que pense.
Estou presente em tudo que faço, com a mais plena devoção.

Sou carinhoso, galante, gentil, atencioso, dedicado, sincero, espontâneo, altivo, gostoso, falso, maníaco, manipulador, vingativo, bisonho, muito pior que um louco - porque entendo bem o que faço e ainda assim o faço. Ou muito pior que isso, Ou melhor. Ou assim me disseram.

Me dôo sem pudor. Me dôo sem pedir. Só não me dôo sem pensar.

Sei quando vale a pena desistir, falta entender quando vale a pena lutar.

contexto: esse ano fui pro Campus Party. até então só tinha conta no profile da Google. pra poder me comunicar com o povo após o cp, fiz uma conta no Facebook. aí no avião pensei em escrever alguma coisa. fiz o texto e mexi nele umas 3 vezes. ego em latim significa eu.

Morena Jambo

exige, pede, demanda
evoca e inspira

educação, atenção, cortesia
carinho e respeito

gata, você demanda mais
teu sorriso afável pede carinho constante
teu senso crítico exige profundidade nos pensamentos

tua resistência exige sensibilidade, cadência e tato
tua capacidade de sentir inspira sinceros sentimentos

o gênio indomável evoca firmeza de palavras e ações
o gênio indomável exige muita firmeza

arrogância deve ser controlada
desrespeito deve ser esquecido

insistir no erro é burrice
e ordinário é pouco pra te oferecer
menos que muito pra te dar não nos basta
mesmo todas as palavras bonitas
se fora de hora
são perda de tempo

gata, você demanda mais que mais
quem te acha pouco é bobo
assim como problema pouco é bobagem

o sorriso que precede teus beijos
e os teus cabelos
tuas mão comandando o desejo
teu sorriso faísca e inflama rápido qualquer fogo
exagero de sensualidade
exagero com sensualidade
sem abrir mão de entender
o que está acontecendo?

Carolina

Carolina não se faz o que você fez comigo
Me abraça e me mostra bem de perto teu sorriso

Carolina o que tu fez, com o teu poeta amigo
Carolina não se faz o que você faz comigo

Me abrace, até vai...
Mas não mostre o sorriso

Carol, vive no teu coração
Mulher, teu poder é o riso
Enfeite em ti garantido
Vicia vislumbrar esse viço

Coroa em teus lábios voluptuosos
Mas mais aberta vejo nos teus olhos
Essa desmedida alegria
Mais ainda que em tua boca
De carne tão bem preenchida

Carol teu sorriso é arma
Não, não é, pois desarma o inimigo
Não, não, é arma, pois incentiva meu ímpeto

Qual que é o meu destino?
Te fazer sorrir e querer
Ou querer e ter teu riso

Carolina não se dá
Essa flor ao inimigo
Bem melhor dar pra mim
Um seu amigo

Carol Guerra o que tu guarda, é melhor deixar comigo
Essa flor já colhi e sei como dar abrigo
A flor que bem tu guardas me entrega, seu querido

Carolina tu me fez
Perder o sono e o senso do perigo
Carolina vem me dar
O que tão bem guarda contigo

Carolina qual será...
Qual seja o meu destino?!
Desolado por querer
Ou honrado em receber
A flor que guardas contigo

Qual será o meu destino
Como isso vai findar
Ficarei eu no desejo?
Ou tu vens te saciar?

Nessa hora melindrosa
Não se entregue a um inimigo
Nessa hora de melindros
Melhor que há é um amigo
Que tenha afinidade contigo
Que não esqueça de dar carinho

Carolina quero estar
Dentro do teu sorriso
E bem fundo despejar
Esse impulso contido
Quero ultrapassar teus limites
Sem nunca ultrapassar o do respeito
Conhecer com as mãos teu corpo
Te ensinar o que é desejo

Carolina entenda a minha situação
Não me veja com maus olhos
E na hora não diga não

É que deveras fui incauto
Ao copiosamente beijar na tua mão
Te por dentro dos meus braços
Pedi teu sorriso fácil
Eu me pus em tuas mãos

Carol, és minha partidária
Seja também agora
Na peleja que estou
De te ter naquela hora

Pois quem te conhece quer
Bem mais que simples amizade
Amizade aquarela
Que com muitas cores se pinta
Amizade café com leite
Ao juntar tua pele à minha

Amizade misturada
Vermelho e preto da minha camisa
Amizade multi-cores
Junta tuas três às minhas

Carol vem me dar
O que tu guarda consigo
Carolina não se faz
O que você fez comigo

Teu rosto junto do meu
Tua cintura colada à minha
Minha boca em teu pescoço
Ao lembrar dá agonia

O que quero, você pergunta?
Digo de pronto
Carolina, eu quero Guerra
Pra apaziguar meu instinto

O que quero, você pergunta?
Digo. Repito
Quero que tu sejas minha
Que me dê o que guardas
E ter tua boca convidativa

valor: se eu der, Carol Guerra me mata. mas para todas as outras, existe Mastercard
contexto: essa moça é uma amiga que é amiga da minha domina. o 'partidária' é porque ela incentiva que haja entre mim e domina mais que mais que amizade. o vermelho e preto da minha camisa são as cores do Sport Clube do Recife. fiz menção não por gostar de futebol, fiz por ela gostar. por ter dito que gostou bastante do texto anterior, fiquei tão contente que prometi um poema pra ela. depois que a conheci demorei uns 20 dias pra entregar o presente. pra quem gosta de carolinas, indico (adoro comer) isso: carolinas.
dito isso, é bom complementar dizendo que nós não atravessamos a linha da amizade.

domina

muito mais que meus exigentes olhos
meu coração, por ti gentil, me permite ver

mais beleza que a beleza do desenho de teu rosto
sim, tu és apaixonante

o ar sossegado e gracioso de tua face
pra mim se mostra em mais formas que tua beleza

sossegada e graciosa
eu vejo uma mulher
uma mulher inteligente
inteligente mulher que fascina

por ter deixado em mim a impressão que deixou
impressão forte
de ousadia
de romantismo
desejo com reflexão
diversão e cumplicidade

meus olhos ousam te contemplar
tua presença manda em mim
é você quem me domina
tu és minha, domina
tu és minha, domina

p.s.: domina é senhora em latim. a palavra dominatrix tem significado semelhante
valor: o meu coração. esse texto eu fiz pra pessoa mais interessante que conheci em 2010. por influência dela reaprendi como é que eu escrevo. sem esse texto (sem essa moça) não haveria este site. por conta disso, tudo que eu possa colocar aqui pertence um pouco a minha domina.

contexto: Juliana Gleymir(orkut). conheci a moça numa prévia de carnaval. dia 6 de fevereiro. dois meses depois, conversando com ela no msn ela colocou essa foto:


eu elogiei este sorriso e fui comer. ela agradeceu. soltou um 'São seus olhos' pra mim. quando voltei e li a resposta escrevi o texto. assim ela se fez minha musa. minha domina.

dito isso, é bom complementar dizendo que nós não atravessamos a linha da amizade.

domingo, 13 de junho de 2010

Primeiros Passos

humm... eis que nós estamos.
o que posso dizer?
poetisar é um vício
que eu não quero perder

mas o que faço com esse viço?
uma idéia é vender

vou começar um negócio
e no intuito de aparecer
vou começar de graça
pra que ele possa crescer