quinta-feira, 24 de junho de 2010

Despeito

Fui no nosso restaurante preferido e  me veio a porcaria de tua lembrança. Não pelo cardápio ou pelas atendentes nem pelas poucas vezes que comemos lá. É que quando abri a carteira meus dedos lembraram o teu cartão quase completamente carimbado, que esqueceste comigo.

Não sabia se completava a tabela ou se destruia este esquecido rastro da destruição que tua passagem fez na minha vida. Desilusão é a pior coisa que há. Num impulso o entreguei à atendente. Só quando ela me devolveu que li. "Fidelidade". Podia estar escrito: "cartão da lembrança que não morre". Pelo menos seria sincero.

Engraçado que no dia anterior lembrei que estava te esquecendo. Dormindo melhor e até olhando pras mulheres que passam. Você sabe como são as moças com que trabalho. Estou dormindo bem melhor, vale dizer. Vendo mulheres muito melhores que você.

contexto: estava no shopping. de saída. tive que ficar esperando. pra passar o tempo tentei inventar uma estória.  qualquer uma que desse uma crônica. pensei onde estava e a idéia foi surgindo. adoro escrever crônicas. acho muito complicado. difícil. um desafio.
a princípio, o final desta era despretensioso. uma estória simples. um tanto triste. reli o texto depois de o ter transferido do celular (onde a inventei) e te-lô colocado aqui. daí percebi, num estalo, que o fim poderia trazer mais de uma idéia. quem a comprou a receba.

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