sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Vingança

"Eu te dei tudo, seu vagabundo infeliz!" - assim começou a única briga.

"Meu amor, que eu nem sabia que tinha! Meus sentimentos, minha primeira vez, meu viço, meus pensamentos... a minha vida!" - exagerou bastante a menina bonita.

Em soluços continuava:  "Nada que veio de você foi verdade, tudo foi uma velada inventada mentira!"

"De tudo, nada que vivi de nada valeu, foi tudo tão vão, seco, ordinário, vulgar e febril, nessa minha vivência vadia. Sem jamais merecer nada você surgiu, deu sentido a minha vida vazia." - piegas, não sabia o que dizia.

"O que eu quis nem sabia. Quero você, que sejas minha companhia. O que eu fiz foi venal. É minha volição, mas agora sei que é só você que eu quero, compartilhar a vida. "

"Nem vem! Contigo não fico mais nem um instante! Você se fez, fazia propositalmente tudo que eu esperava ou queria. Mas nada foi de verdade! Velada inventada mentira! Como pude acreditar nas coisas que você dizia? Quando você ia eu chorava, e quando voltava e mentia pra mim, sempre que me via. Você é um vândalo! Vil, viciado, vagabundo, vaidoso, vazio. Espero o pior que exista pro teu futuro, a minha vingança será você me ver feliz da vida! Da próxima vez que nos virmos, você vai me encontrar refeita, pode crer!" - fraseou uma música que ele gostava, a menina

"Aliás, vou fazer pior!" - dizia gritando a menina - "Você me quer?” - questionou vagarosamente a maviosa menina bonita.

"Você é tudo que eu mais queria!" - foi sua resposta, ele que era mestre não conseguiu domar as palavras naquele dia.

"Então me beija" - sem qualquer expressão expressou.

E antes que a habilidosa boca dele fizesse vibrar a bela boca da menina, disse ela cristalina: "Lembre bem desse beijo, esse é o último que terás meu, uma lembrança do que nunca mais você vai ter na vida. Vou ainda sempre fazer você me ver beijar, então vem e me beija, lembre de quão boa é minha boca, vai, vem! Beija" - e assim, com um beijo, terminou a briga.

Ela deu as costas a ele, e nunca mais se viram na vida.

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este é o texto derradeiro da sequência em V. antes de lê-lo, ler os anteriores: VaticínioVicissitudeVida.

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